Livro - Jim Morrison: o poeta-xamã

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Livro: O dia em que conheci Jim Morrison

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Livro: Riders on the Storm: Minha vida com Jim Morrison

Livro: O grito, o mito e a história em Jim Morrison - A arte como choque e redenção

Livro: Jim Morrison - O Navio de Cristal

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segunda-feira, 17 de abril de 2017

JIm Morrion - Prefácio



Aceitei escrever algumas linhas celebrando a publicação do livro Jim Morrison, o poeta-xamã, do Marcel de Lima, sem saber, a priori, o quanto essa ideia era esplendorosa e punk ao mesmo tempo... Talvez meu ego, este imponderável personagem que me atormenta tanto, me dissesse: "Sim aceita... aceita mesmo sem saber... você adorava Jim Morrison!" E aceitei!

Ao percorrer a versão datilografada, fiquei entusiasmado com o arrojo e a originalidade do pensamento do Marcel ao intuir e estudar a relação entre a obra poética do Jim e a tradição xamânica, contando para tal com a participação e intervenção de deuses gregos, além de pensadores contemporâneos.

Trata-se de uma obra excepcional, importante, documentada com cuidado, fluida, e tão claramente redigida, página após página, para levar o leitor numa viagem cultural espetacular, iniciando-se na Sibéria, desde os primórdios da humanidade, até o palco de um dos maiores mitos do rock morto aos 27 anos: Jim Morrison!

Dionísio, Platão, Apolo, Lévi-Strauss, Mircea Eliade, Castaneda, Nietzsche, Kerouac, entre tantos outros, se sucedem para ilustrar o pensamento do escritor; não podia faltar a transcrição dos poemas em versão original e versão brasileira, para que a leitura resultasse numa festa completa, fascinante e em um prazer indescritível.

Que viagem incrível, Marcel, lhe felicito do fundo do meu coração, adorei o seu livro, posso recomendar com entusiasmo e finalmente confesso que fiquei preocupado em não ser uma pessoa suficientemente brilhante para escrever este prefácio... Você merecia alguém melhor para essa tarefa... Porém fui eu o convidado!


André Midani 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Jim Morrison - a democracia plena


Os servos têm o poder”, diz Jim Morrison, juntando-se a precentores proeminentes, de Nietzsche, passando por John Rawls, Rousseau e La Boétie, dentre outros. O que fazem essas figuras agarradas ao cetro do poder, se são ignorantes, ressentidas e pueris? Dinheiro não lhes falta, dada a concupiscência, avareza e o anseio de serem “servidos por uma corte” de escravos. E mesmo assim encontramos quem sirva ou é forçado a servir a “lerdos e obesos generais” que “tornam-se obscenos pelo sangue jovem”.
Para Jim Morrison “os servos têm o poder” porque encontram aqueles que estão dispostos a abdicar de sua liberdade e se “deixam ser conduzidos” aos currais. Deixam-se ser enganados, manipulados. Mas é justamente a disponibilidade do homem à servidão voluntária o que justifica a escravidão, como disse La Boétie.
Os fortes [ou Lordes] não podem se guiar por regras morais em conformidade com os servos que têm o poder; os fortes [Lordes] devem estar comprometidos apenas com a própria vontade, com a sua própria singularidade. Disso depende toda a mudança na sociedade. São eles que têm o poder de impulsionar as mudanças.
Mas as sociedades, se querem a liberdade, não podem deixar de escolher viver numa forma coletiva que assegure a liberdade entre todos. Haveria alguma política com essa capacidade de quebrar essas correntes, de derrubar as cercanias desses currais que confinam as massas alienadas? Existe sim, mas somente na “democracia plena”, disse Jim Morrison. Mas uma “democracia plena” não se faz com a servidão voluntaria das pessoas, que vivem como gado, ruminando sua passividade vergonhosa, enquanto as mazelas proliferam por todo o tecido social, deixando milhões na pobreza, sem educação, saúde, moradia e trabalho.
“Wake up! Wake up!” Clama Jim Morrison. Mas o sono da alienação é difícil de acordar, quando as pessoas não querem despertar para a liberdade perdida.  
Valquiria Asche de Paula – formada em psicologia e mestranda em psicologia social

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Jim Morrison - a poesia como choque e redenção da história


Esse trabalho busca revelar através da poesia de James Douglas Morrison, mais conhecido por ter se tornado um mito como vocalista da banda norte-americana The Doors na década de sessenta, o dilema de seus conflitos de homem histórico e homem mitológico em sua busca trágica de atravessar para outro lado, ou seja, uma visão diferenciada da visão hegemônica da sociedade, em uma reconciliação como sujeito histórico. Trazemos à tona um pouco dos pensadores que refletem sobre o tempo, memória, mito, trágico e poesia. O que têm a nos dizer para delinearmos como o homem encara o fluxo ou interioridade desse tempo em sua consciência. A poesia de Jim Morrison se torna uma revelação desse instante em que a consciência encara o fluxo do tempo em sua interioridade e mostra sua continuidade em angustias e identidades. A revelação de um termo de transcendência passa a ser uma iluminação que se propõe à imanência, ou seja, ao eterno agora e o que ele em si pode nos revelar em sua duração. 

A realidade histórica se carrega e se constrói então de imagens com teor mitológico que perfilam oniricamente o caminhar e o desenrolar das ações, portanto a poesia imbuída de imagens alegóricas as capturam e as visualizam, quebrando padrões e implantando concepções utópicas, abrindo portas, podendo delinear um novo ethos. Dentro dessa concepção alegórica, para Walter Benjamim, o historiador tem o dom de despertar o escondido do passado com o agora da cognoscibilidade em uma correspondência imediata com a redenção da história. De acordo com Marcelo Marques o mito atua eticamente na existência humana pela sua força poética, tornando possível o humano, assim desmitificar Jim Morrison em sua poesia que revela suas angustias mostrando um rosto mais humano que buscou sua redenção através da poesia. 

Compreender essa busca em seu “instante do agora”, no cruzamento do presente e passado em sua rememorização poética do mundo é abrir portas para redenção da história, pois vislumbrou como relâmpago na noite escura a ligação de vivências do passado e do presente no eterno agora. Em sua poesia trágica, Jim Morrison revela seus olhares, conflitos, desmedidas e seu infortúnio que são contemporâneos, como em Baudelaire, Rimbaud e outros artistas, com o presente da sociedade moderna. A poesia como cruzamento de tempos torna-se o olho selvagem e a consciência trágica que desperta no instante do agora, possibilitando a redenção da continuidade de identidades e da angustia no coração da história.

Prof. DRÁULIO CARVALHO ASSIS – mestre em história pela UFG – Universidade Federal de Goiás, autor da tese: O mito e o trágico em Jim Morrison: a poesia como choque e redenção da história

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