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O dia em que conheci Jim Morrison

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jim Morrison era poeta e filósofo - diz Manzarek

Folha de São Paulo

Luiz Antônio Giron

Da Reportagem Local

Ray Manzarek falou à Folha no inicio da semana, de sua casa, em Los Angeles. Agora diz cultuar o Sol e jura que, se o amigo estivesse vivo, faria o mesmo.

Sua lírica era repleta de excessos e de signos da Antiguidade.

Folha – Jim Morrison era um intelectual?

Manzarek - era um intelectual na acepção verdadeira do termo. Estudava e recitava William Blake, Friedrich Nietzsche, Sartre, Rimbaud, Kerouak...Aprendi muito com ele. Era, como eu, um existencialista e um interessado nas manifestações espirituais do Oriente, como o budismo e a religião indígena. Jim mostrou o lado selvagem e negativista do pop.

A pergunta que você acaba de fazer é antiquada porque lembra a época em que os Doors estavam na ativa, e os intelectuais não se conformavam de ver um colega de cátedra rebolando. Tim tinha aqules pernas lindas que exibia com as calças apartadas de couro e era poeta e filósofo.

Folha - O que ele estaria fazendo hoje, se estivesse vivo?

Manzarek – estaria como eu: prestando louvores ao Sol. Pratico a religião contemporânea do Sol. Poucas pessoas sabem, mas Jim era uma pessoa extremamente religiosa.

Folha – O filme “The Doors” de Oliver Stone não passa muito essa idéia...

Manzarek – É uma grande bobagem! O Manzarek do filme tem mais a ver com Kyle MacLachlan do que comigo. Parece um bobalhão, um nerd. Não gostei do filme porque passa a idéia de que Jim vivia drogado em orgias. Sim, ele se drogava um pouco, ficava bêbado muitas vezes, mas era uma pessoa divertidíssima e mística. A mensagem dele revitaliza o misticismo e a cultura.

Folha - De que forma ?

Manzarek Ele ainda incomoda. A poética de Jim é um antídoto para esses tempos politicamente corretos. Jim ajuda as pessoas a se recuperarem desse momento restrito da cultura.

Folha – Como você analisa o lado musical do grupo?

Manzarek - Os Doors se basearam em três nomes: o jazzista John Coltrane, o erudito Igor Stravinski e o bluesman Muddy Waters. De Coltrane pegamos o improviso e o uso do “chorus” repetitivo. Stravinski colaborou com o vigor rítmico. Muddy é evidente. É o Blues que nos caracterizou. Estudei piano clássico em Chicago, onde nasci. A musica erudita tem muito a ver com os Doors.

Folha – Qual a contribuição dos Doors para a Cultura pop?

Manzarek – A liberdade em todas as suas formas: política, sexual, e religiosa. Jim tem a ensinar a Geração X porque, diferentemente desta, era um rebelde que corria riscos. Hoje em dia os jovens identificam com três rebeldes americanos: James Dean, Jack Kerouak e Jim Morrison. Os Doors ainda oferecem perigo.

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jamesdouglasmorrisonp@gmail.com