The Doors começou para mim não com um LP (falamos de algo que aconteceu há pelo menos 20 anos), mas com um livro: An American Prayer , do Jim Morrison.
Logo em seguida, veio The End (que vi no Youtube).
Inegavelmente, Morrison era um poeta. Robbie Krieger, John Densmore e Ray Manzarek musicavam seus poemas (ressalva justa seja feita à exceção de Light My Fire , talvez o maior sucesso do grupo, que era composição exclusiva do guitarrista Krieger).
Havia uma convergência de mídias nos Doors. Experimentações que antecipavam tendências, um incômodo criativo, hipertextual, principalmente em Jim. Penso que tenha sido esse incômodo que o levou à Paris mítica de todos os artistas, onde faleceu (a causa ainda é um mistério) em 1971.
Também é misterioso o destino daqueles que foram enfeitiçados pela som tântrico e sinuoso da guitarra de Krieger em The End e despertados pela estranha celebração do King Lizard Jim e dos Doors.
Também é misterioso o destino daqueles que foram enfeitiçados pela som tântrico e sinuoso da guitarra de Krieger em The End e despertados pela estranha celebração do King Lizard Jim e dos Doors.
Ouça The Doors, um grupo californiano, e, estranhamente, todos os caminhos parecerão levar àquela Paris mítica.
Em Paris, eu também estive em Le Cimetière du Père-Lachaise. Menos um cemitério do que um ponto de encontro de rockeiros, literatos e outros artistas e intelectuais das mais diversas praias. Pelo menos em um cemitério, constatei, é possível uma convivência pacífica. A morte nos ensina a ser tolerantes.
O Père-Lachaise (faça aqui uma visita virtual) é um ponto turístico de Paris. Fui a pé da Place de la Bastille, pegando o Boulevard Beaumarchais, seguindo o Boulevard des Temples virando à direita na Place da Republique e seguindo até o final da Avenue e la Republique. Andei um pouco, é verdade. Basta seguir visualmente o trajeto no Google Maps. Mas valeu o esforço.
Daí surgiram algumas idéias que foram acabar no meu primeiro romance Santos Dumont número 8 (principalmente em relação aos personagens Mathias Violante e Apollinaire Mont Thabor) e outras, ainda em gestação, que certamente aparecerão em outras histórias que contarei no futuro.
The End, no meu caso, foi apenas um novo começo.
Quando não o seria?
C. S. Soares é escritor, autor do romance Santos-Dumont Número 8 . Obteve o 1.º lugar no concurso literário, em 2004, que possibilitou sua participação na coletânea trilíngüe “Escrevendo a paz / Writing peace / En écrivant la paix” publicada pela UNESCO. Escreve regularmente para os blogs Santos-Dumont Número 8 e Pontolit e é membro correspondente da Academia Itaperunense de Letras. C. S. Soares também é analista de sistemas e tem colaborado em diversos projetos de gestão de conteúdo e ferramentas de busca para empresas no Brasil e no exterior.
Concordo, Ana. Obrigado pela visita e por republicar esta crônica. Abs, C. S. Soares
ResponderExcluirOi C.S. Soares,
ResponderExcluirVocê sempre escreve coisas lindas.
Continue escrevendo para o nosso deleite.
Bjos
Ana Welt